sexta-feira, agosto 12, 2011

Paixão antiga, realizada em um impulso..


      Ganhei o Gian em uma manhã quente de novembro, mas precisamente em 12/11/2008. Lembro que estava, como de costume, escrevendo logo abaixo da janela da frente, buscando algum tipo de inspiração entre as fendas de metal. Meu irmão do meio ouve então a campainha tocar, e o tal homem de blusa branca e boné vermelho a lhe perguntar umas informações a fim de confirmar o endereço. Já esperando por isso meu irmão me chama, sabendo que a responsável a assinar pelos papeis de entrega era eu. Todos muito curiosos, meus irmãos ficaram a observar enquanto eu, com tanta ansiedade, já não cabia em mim. Encostada na porta de entrada, vejo aquele tal homem atravessar a rua com uma caixa que para mim parecia imensa e pesada.. Engraçado, Gian chegou carregando no colo como um bebê, desejado há 12 anos! Dei um grito de felicidade: Ali estava ele! Ele! Rasguei tanto plástico e papelão, sem nem um pingo de paciência para esperar mais, contrariando o meu pai que falava da cozinha que isso não ia prestar.. Já sonhava com ele há muito tempo, mas nunca pensei que um dia fosse de verdade querer e ter um deste, aos meus seis anos eu só achava o instrumento interessante, nem eu e nem os meus pais achavamos que eu fosse gostar de verdade disso... Pura enganação e atraso... Então, não mais pelas fotos, o vi: Preto piano, com tarrachas brancas afuniladas em metal, simples, mas charmoso, tipo aprendiz, cordas de náilon, sem afinador embutido, mas perfeito! Um dos meus sonhos mais lindos acabava de ser realizado! Mais tarde naquele mesmo dia, fiquei sabendo que ele não era só de aprendiz, mas acústico também. Naquele instante nem me toquei com o fato de que tinha que procurar um professor de música, me preocupar com as juntas, a falta de calo e jeito dos meus dedos e mãos, fora tantas outras coisas que eu só entenderia depois do natal... No êxtase do nosso 1° momentos juntos, eu só vi a realização de um sonho que foi pedido impulsivamente no lugar de uma festa de admissão da faculdade, que só foi concebido dois anos depois, quando então eu tinha acabado de fazer 18 anos, 18 anos! A idade que já não me cabia, mas com o presente que me fez voltar aos 6..         

3 comentários:

Luna Sanchez disse...

*lagriminhas*

Fiquei toda derramada com teu texto, flor.

=)

Um beijo beeeeeeeeem grande.

Ana Seerig disse...

Adorei!

Eu tava falando disso ontem mesmo. Tenho que criar vergonha (e coragem), ir atrás de um violão e um professor pra parar de desiludir as pessoas que me imaginam com um violão debaixo do braço...

Lindo texto!

Alline disse...

O pretinho lindo da foto continua a te fazer feliz, né? E essa história de amor parece que vai longe... delícia!

Visse? Demorei, mas apareci, Nine!

Beijão!