segunda-feira, novembro 14, 2011

Inspiração


Todo escritor necessita de “seis” coisas para sobreviver: Paixão, contradição, direito ao erro, dor, raiva e mente aberta, e por vezes se dá o direito de ser bipolar, tripolar talvez. Eu acho engraçado quando tentam analisar minha escrita por mim mesma ou vive e versa.  Por não conseguirem realmente ir a fundo ao que eu quero dizer, pois a chamada de atenção se resume a: “Explique isto”, “faltou vírgula”, “erro de concordância” ou outras besteiras incompletamente estéticas.

“Meter-me” com português é um desafio. Um desafio do qual eu poucas vezes ganhei, e olha que ganhar da matemática é fácil. Porém, eu não nasci para nenhum dos dois. E isto não é algo pelo qual eu lamento, pelo contrário, é uma carta de liberdade.

O vislumbre me causa o furor. Por dois motivos: Sinal de que compreenderam; E pena que fica só por isto mesmo. Meus textos não são para ser lindos, mas sim sentidos, provocativos e causadores de reação com direito a múltiplas interpretações, tais como minhas confusões, metáforas e ferramentas dúbias das quais nunca buscam uma única definição em objetivo.  Se for para entender, seria mais ou menos assim: tem que soar como música, ser misterioso como o céu noturno e gerar expectativas como um sol nascente.

Minha rebeldia não se resume mais a vestir roupas rasgadas e responder mal as pessoas. Mas sim a nunca me contentar, em jamais aceitar um único caminho, em ser imprevisível e nunca parar de sonhar, mesmo que as nuvens estejam altas demais. E tantas outras coisas das quais eu estou redescobrindo.

Eu sei que ainda tenho sob a cabeça aquele breve sinal de interrogação: “O quê é que você quer com sua vida?”, e que escrever nunca foi um talento, embora eu tenha herdado de traços familiares, mas sim uma inspiração. Que surgiu do nada e que para o nada um dia voltará. Eu só espero que não tentem despedaçar meu coração, pois é neste que esta a minha voz, já os meus poemas seguem rabiscados em algum caderno por aí, meus filhos e netos deverão se ocupar deles depois, porque não cabe a mim me imortalizar.


*Dedicado a Nataly Lopes/Minha primeira “mentora”;
Di, minha Maa/A “causadora” de tudo isto.
Xico/Meu orientador e grande incentivador na  escrita .


Música: Eu, não/Luiza Possi. 

3 comentários:

Luna Sanchez disse...

Meu Deus, Nine, vendo pela tua ótica sinto que matamos um leão bravo a cada vez que postamos um texto.

Sinal de que estamos no caminho...

Um beijo, benzão, sua linda!

Érica Ferro disse...

Caramba, Allyne, adorei esse seu texto!
Faço das palavras de Clarice Lispector, as minhas:

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

(...)

O trecho a seguir do seu texto foi lindo, Allyne:

"Se for para entender, seria mais ou menos assim: tem que soar como música, ser misterioso como o céu noturno e gerar expectativas como um sol nascente."

Um abraço, queridona.

Alline disse...

Dessa rebeldia e de se agarrar nas nunvens eu entendo um pouco.
Vamos voar? ;)

Um beijo, ou muitos. Rá! Te adoro, guria!!!