sexta-feira, maio 03, 2013

Damas da Noite*


Aquela moça no balcão não vai se espantar com você hoje à noite, pois hoje você é você mesma e nada vai mudar. Estas pessoas que estão lhe cobrando sua presença não fazem noção do que isto significa, e até você jura não acreditar do que é capaz, mas enquanto houver música tudo esta bem, tudo vai estar. E cá pra nós, ela é menos intensa do que você, mas cuidado, pois entre fazer as coisas que diz e apenas abrir a boca lotada de besteiras há muitas coisas ao contrário.

A chuva não vai estragar o seu cabelo, a sua pele, seus olhos, ou o seu nariz, muito menos o seu corpo.
A água é parte de você, talvez o elemento que você já foi.

Saia correndo, salte! Vá para longe daqui.
Não deixe bilhetes e mensagens de adeus.

Ninguém saberá aonde você se meteu.
 Sem caça, sem perguntas, sem enrolações.
Somente música, rodovias, pôr do sol...
Caleidoscópio de situações inusitadas.

Seus amigos não estão aqui para te segurar, por isso beba o que der, vá em frente. Esquecer o que você faz te fará bem, enquanto seguir contando os segundos para a dose maior.

Mas algumas taças, giros e olhares...

- O que foi aquilo com o moço lá atrás? – Você se pergunta, mas já é tarde demais, pois – As luzes de neon lhe atraem. – Psicodélico, sua mãe te diria, mas você não esta nem ai – Está fazendo o que seu coração lhe diz, e o que ele diz não deve ser ignorado.

Porque é só um iceberg de coisas irrelevantes e imprestáveis, que pela janela do carro ganham sentido impenetrável, na medida em que os prédios a quilômetros à frente perdem a luz... No calor da alta madrugada.

O amor dessa semana se foi em uma caixa, rumo ao que não lhe importa, pois todas as caixas se confundem em azul, enquanto você quer tarjas brancas com bolinhas pretas, e flores em verde vivo... Até o ultimo grau, beirando as altas consequências.

Vai passar, nós sabemos que vai, mas não antes de arder, e arder é um modo de acordar.

Sem repetições exageradas, deixe a música tocar, enquanto segue sentindo as ondas que surgem ao passo que os corpos se libertam.... Não é a hora exata para deixar lembranças se remoerem no vazio, pois somos só nós duas aqui, sobrevivendo ao banal.

P.s: Titulo inspirado no nome da canção “As damas da noite” de Celso Blues Boy. Da qual também recomendo ler com esse som, pois com a batida pode fazer mais sentido, ou sentido nenhum.

Um comentário:

Fabio Rocha disse...

É preciso sobreviver ao banal.