sexta-feira, julho 15, 2011

Mas uma parceria (essa já estava no banho maria a quase um ano, pórem..), direto do Msn e Word (porque o PC dela tem algo contra os meus PDFs) a primeira parceria minha com a Ana Seerig (Algo mais pra ti ler/ Gurias arretadas)... Espero que gostem!


“Intrínseco”
Ana Seerig
Allyne Araújo
15/07/2011.
"Às vezes eu penso que não conseguirei suportar o peso do mundo em minhas costas. As pessoas me cobram algo que eu não posso dar e me encaram como se eu tivesse todas as soluções e possíveis respostas. Num minuto eu estou cheia de gente aos meus pés e, num segundo, nada desse tal poder existe e eu sinto como se vivesse um dia de cada vez, sem nada especial.
Não sei se é o mundo que espera demais de mim ou eu que espero demais dele. Gostaria que as pessoas entendessem que, por mais que eu tente, não consigo satisfazer a todos nem resolver os problemas do mundo. Me sinto mal ao ver problemas que me angustiam e que eu adoraria resolver e não posso, mas me sinto pior ao perceber que as pessoas esperam que eu os resolva sem perceber que eu não posso.
Às vezes me sinto sendo a super heroína de HQ, cheia de super poderes e visão de raio-x, eu falo sério quando digo que nada me escapa,e eu respondo a tudo com indiferença, mas é a forma evasiva que encontrei para não me deixar levar. Meu egoísmo é o que mais me assusta nesta vida e o que mais me mantém em mim.
Eu tenho me acostumado a ouvir sempre a frase "vc é especial", ultimamente vejo isso até em outdoors, mas de que adianta ouvir se o que sinto em mim não é nada de tão raro? Nada de tão raro ao ponto de parecer que eu nada mais tenho do que 20 anos de uma existência comum?
Como eu posso me sentir especial se ajo do modo que acho que todos agem? Não vejo nada demais em fazer algo simples que ajudar alguém, e não acho que a falta de capacidade de resolver certas situações me torne diferente. Se por vezes acho que me dedico demais aos outros, em vários outros momentos eu me sinto extremamente egoísta incapaz de dar maior atenção a quem precisa de mim. Eu adoraria sair correndo pra ajudar pessoas que acho especiais, mas também adoraria gritar "Hey, mundo, eu não consigo! Não me cobre algo que eu não posso fazer!
Então é isso, eu não posso me isolar do mundo como eu pensaria que pudesse. As pessoas continuarão a precisar de mim e eu de todo esse poder que elas me depositam, sendo ou não responsável elas acreditam que eu sou capaz, mas o que de nada posso esquecer é que preciso confiar em mim acima de tudo, mas que também não posso me torturar pelo que não posso fazer, me cobrar pelo que está fora do meu alcance.  Eu preciso saber os meus limites, sem esquece de fazer o meu melhor. Toda heroína tem seus belos finais, entretanto também a seus dias de “eu preciso de um tempo para pôr a mente em ordem”. 

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Esse daqui foi escrito para a Ana a dois meses atrás... Pra tu fofa, beijoooo!!!!

“Três Mil”
Allyne Duarte Araújo
Abril/2011
Especialmente para Ana Paula Seerig.
As três mil linhas seriam algo como ir daqui a Miami, a Los Angeles ou Barcelona. Não teriam sentido sem uma essência comum. 
O que poderia escrever em linhas, a não ser sobre o céu e as montanhas?
Um metro e meio, três km, um dia, três mil anos... As três mil linhas seriam apenas um monte de palavras sem sentido, sem foco ou pura alienação.
O que você gostaria de ler poderia estar dobradamente equivocado ou sem nexo.
E sendo honestamente franca, hoje eu não sei o que escrever. O que ter de interessante a te contar. E as três mil linhas se perdem no asfalto como as palavras digitadas pelo teclado...
Não, não me chame de louca ou poetisa ruim, nem sei se estou escrevendo bem ou tão mal assim.
Então, em que consistiriam as linhas: do horizonte, do caderno, do céu e do mundo ao nosso redor?
As três mil linhas teriam sabor de trópicos?
Do equador a capricórnio?
Da Antártida a América do sul?
Lanço um longo olhar pela janela a minha frente, como forma a procurar palavras e inspiração...
As três mil linhas estariam soltas por aí... Como forma a voarem de volta para você. E eu estaria aqui apenas a te escrever besteiras das quais você insisti em ler. 

2 comentários:

Ana Seerig disse...

Adorei a nossa parceria, mas mais ainda esse texto para a minha humilde pessoa.
Tá lindo!
Grazie!
Mas eu ainda posso esperar uma carta, não? Mesmo que não tenha três mil linhas...
=P

Luna Sanchez disse...

Gosto das duas separadas e misturadinhas.

;)

Beijo, Nine.