domingo, setembro 30, 2012

Êxtase em alma agreste


Atentei-me a um fato interessante, vai fazer quatro anos que eu escrevo (digo, escrevo textos/poemas, etc.), e três anos que conheço blogs. E olha que coisa legal! Aqui estou eu, neste meu blog “solitário” de passagem conversando com vocês. Porque, não é segredo para ninguém que o meu primeiro “diário virtual” surgiu sozinho e impulsionado por curiosidade.

Logo após isto resolvi transforma-lo em parceria, convidando a minha querida Rita de Cássia para escrever comigo. E o que era “êxtase e rock and roll nos porões da mente” (nome censurado – por meus amigos – por supostamente remeter a drogas), passou a se chamar “nos porões da mente”, dando origem a outro blog chamado “Os brejos ao redor da minha alma agreste”, do qual eu também fazia parte. Se os porões tiveram seu nome inspirado em outro blog “enxaqueca e êxtase” (errou quem pensou que este se remetia ao capitulo nove do livro O Vendedor de Sonhos - Vol II), os brejos tiveram o seu inspirado em uma citação de Henry David Thoreau, em o pequeno livro da sabedoria.

O legal nesta história é que nos nossos blogs nós conseguimos abordar rascunhados pontos de vista que liberavam outra cadeia de questões, que tentávamos pôr em prática não só nos questionamentos existenciais, comportamentais, filosóficos, mas também acadêmicos. Ora, estávamos nos primeiros anos de faculdade e, milhões de conflitos explodiam em nossas mentes, nada mais coerente do que isto se manifestar em nossas formas de pensar, sem, contudo, chegar a conclusões definitivas e fechadas.

Neles nós podemos explorar as expectativas do mundo de uma posição não só interior, mas exterior de nós mesmas e para além do que isso significa, como podemos ver através dos comentários de quem nos acompanhava, e isto foi o essencial desta brincadeira. Pois, brincávamos de sermos escritoras, enquanto aprendíamos que este caminho é bem mais complicado. Essa troca, e aprendizado são bastante interessantes.

Algumas pessoas consideram blogueiros como não sendo escritores, e puxa, isto é injusto. Na medida em que quando começamos o trabalho de construção de um blog, e o vemos crescer, logo percebemos a frente o quanto avançamos. Ou melhor, amadurecemos em nossas ideias, escrita, entre outros.

Blogueiros podem até serem indivíduos marginais, que fogem as regras de português, gramaticais, “grandes” editoras, etc., mas podem sim ser classificados como uma nova categoria de escritores, pois estes possuem voz, presença, ideias, autonomia para com erros e acertos, entre outros, bem como um canal entre quem escreve e quem vos ler, e isto também gera interação, troca, e por que não amizade?

Uma coisa que sinto falta nos “meus” dois primeiros blogs é a provocação, ou seja, aquele desejo quase hostil de tentar chegar à essência das coisas. Não que eu o tenha perdido, mas naquele período era fácil e as palavras saiam com mais facilidade, ou talvez porque eu fosse uma louca radicalista fora de limites, entretanto, como toda questão que passa a ser séria demais e existencial além de toda compreensão, logo percebemos que era hora de parar. E foi exatamente isto que fizemos. Porém, uma ultima coisa: essa foi uma das parcerias mais legais que eu já tive, e da qual em partes sinto mais falta. Haja o que houver, um blog é como um caderno/livro de devaneios e crescimento para quem adora se superar. Vejo isto como fator positivo.

Beijos e até mais ver!!!

P.s: “Amor e outros dramas” é meu quarto blog, e o primeiro inteiramente só. 

Um comentário:

Emilie disse...

por incrível que pareça também tem 4 anos de blogosfera e de escrita. somos marginais porque não reconhecidos. é triste..mas, é a verdade.