sábado, fevereiro 23, 2013

Como é que se diz adeus?


Aprender a dizer adeus é uma das coisas que eu ainda não sei como se faz, apesar de ter assistido um milhão de momentos parecidos. É como soletrar palavras em uma folha branca e esperar que elas criem sentido para outras pessoas, e especialmente significado para mim, na esperança de observar o relógio por mais de dez vezes em um segundo, e aceitar que alguma coisa mudou.

As pessoas esperam que o meu futuro se revele em um espetáculo aberto ao público, como um ato extraordinário que provoque salvação, ou torcem por algo maravilhosamente amargo que lembre a morte, a inveja e a invasão de privacidade doentia, como zumbis em busca de carne para estragar, e assim vou assistindo o mundo se revelar em pedacinhos agridoces.

Alguém que eu conhecia se cansou, pulou o muro do “estou aqui” desesperadamente cortando as linhas do eterno, enquanto assistia profanar sentimentos genuinamente belos, que marcavam uma vida, à medida que sussurravam que tudo foi um sonho, apenas bem vindo e extremamente calculado.

E enchendo de expectativas poços de piche e esperança eu acompanho as cartas que se depositam nas curtas lembranças do destino, a espera da roda da fortuna e do amor, que gira conforme os passos de dança do que é escrito acerca de quem somos e daquilo que realmente queremos desta vida, pois é difícil arrancar velhas impressões, desajeitados modos de falar, e acreditar que por mais que se diga adeus há sempre algo que jamais nos abandonará.


P.s: Titulo inspirado em “Como se diz eu te amo” (frase) da Legião Urbana. 

2 comentários:

Érica Ferro disse...

É verdade, minha querida. "Por mais que se diga adeus, há sempre algo que jamais nos abandonará...".

Adoro o seu jeito intenso e metafórico de escrever.

Um abraço!

Sacudindo Palavras

Dani disse...

Dizer adeus é difícil demais, mas o bom disso é que as nostalgias não nos abandonam.

Beijos