Aprender a
dizer adeus é uma das coisas que eu ainda não sei como se faz, apesar de ter
assistido um milhão de momentos parecidos. É como soletrar palavras em uma
folha branca e esperar que elas criem sentido para outras pessoas, e
especialmente significado para mim, na esperança de observar o relógio por mais
de dez vezes em um segundo, e aceitar que alguma coisa mudou.
As pessoas
esperam que o meu futuro se revele em um espetáculo aberto ao público, como um
ato extraordinário que provoque salvação, ou torcem por algo maravilhosamente
amargo que lembre a morte, a inveja e a invasão de privacidade doentia, como
zumbis em busca de carne para estragar, e assim vou assistindo o mundo se
revelar em pedacinhos agridoces.
Alguém que eu
conhecia se cansou, pulou o muro do “estou aqui” desesperadamente cortando as
linhas do eterno, enquanto assistia profanar sentimentos genuinamente belos,
que marcavam uma vida, à medida que sussurravam que tudo foi um sonho, apenas
bem vindo e extremamente calculado.
E enchendo de
expectativas poços de piche e esperança eu acompanho as cartas que se depositam
nas curtas lembranças do destino, a espera da roda da fortuna e do amor, que
gira conforme os passos de dança do que é escrito acerca de quem somos e
daquilo que realmente queremos desta vida, pois é difícil arrancar velhas
impressões, desajeitados modos de falar, e acreditar que por mais que se diga
adeus há sempre algo que jamais nos abandonará.
P.s: Titulo inspirado em “Como se diz eu te amo” (frase) da Legião Urbana.
2 comentários:
É verdade, minha querida. "Por mais que se diga adeus, há sempre algo que jamais nos abandonará...".
Adoro o seu jeito intenso e metafórico de escrever.
Um abraço!
Sacudindo Palavras
Dizer adeus é difícil demais, mas o bom disso é que as nostalgias não nos abandonam.
Beijos
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