quinta-feira, setembro 15, 2011

Bons ventos sempre te levem para o bem

Eu bem poderia dizer “olá, meu irmão! Como vão as coisas? Está tudo bem por aí?” e dá um monte de galhardas acerca dos horários dele que ainda não batem com os daqui. Ou até mesmo ficar escutando as coisas que ele diz sobre a cidade “aqui é lindo Allyne, você precisa ver!”, enquanto engasgo em lágrimas do outro lado da linha.

É, poderia me fazer de forte e lhe dizer “que demais!”, mas daí lhe perguntaria o tempo todo em pensamento “ta tudo bem? Ta se alimentando direito e dormindo bem? As pessoas estão sendo legais com você? Sabia que sinto sua falta?”... Tentando me convencer que ele não é mais uma criança a quem eu devo proteger a maior parte do tempo.

Bancar a forte na frente dos meus irmãos mais novos era (para mim) mostrar ter responsabilidade para com eles, mas é quando um deles resolve ir embora que você começar a perceber que de forte não tem nada. Eu estava chorando, metade das pessoas na rua pensariam que alguém tinha morrido, mas não era por outra pessoa, era por você. Aquela despedida mostrava tanta coisa, coisas que ficariam para trás depois que você seguisse em frente, novas histórias das quais nem eu e você iríamos participar. Parte de mim estava morrendo de saudades e a outra de felicidade por você.

Não é que eu diga minha nossa “você mais parece meu irmão mais velho!”, não que eu queira saber de tudo ou me envolver com tudo, ou que eu fique extremamente irritada quando a She se junta a você e começam a me zoar. Existem certos códigos dos quais vocês três nunca vão entender. Compreender que irmãs mais velhas não odeiam, mas sim sentem um grande amor disfarçado de “ódio”, um amor capaz de lutar contra tudo para não lhes ver chorar, porque é isso que eu faço por vocês, “mamãe trabalha, eu fico no comando”...

Eu não posso mais contar tantas coisas (tipo dizer que tomar banho de chuva não tem mais a graça de antes porque você já não esta aqui, ou que a mesma me provoca nostalgia), porque isso significaria outra crise de choro compulsório e minha cara ficaria tão vermelha que o Allex perguntaria se eu usei batom ao invés de blush para me maquiar... A gente só percebe e aprende a dizer “Eu te amo” quando alguém parte. Sim, Eu te amo (demorei a dizer, mas o fiz) te amo para sempre, sem data de validade ou devolução de amor... Feliz aniversário!  Se cuide...

Esse post é inteiramente dedicado ao meu irmão do meio. Amanhã (16/09) ele faz 18 anos (18! Significa que eu também estou ficando velha, ai ai..). Ele foi embora no começo deste ano, com o intuito de fazer uma experiência (entrou pro seminário).


2 comentários:

Luna Sanchez disse...

Chorei, Nine. Pela saudade que tu sente, pelo orgulho e pelo amor que tem pelo teu irmão, pela força que tira sabe-se lá de onde pra que ele não perceba o teu choro e pela opção bonita que ele fez pra sua vida.

Muito, muito lindo.

Parabéns pra ele.

Beijos, querida minha.

Allyne Araújo disse...

Lu - Esse é de chorar mesmo.. Sem palavras para te responder.. bjoo